quinta-feira, 10 de junho de 2010

E CAI A NOITE - Poetrix de Luis da Mota Filipe - Sublimado por Susana Custódio


E CAI A NOITE - Poetrix

Vestidas de luz,
Levantam-se as estrelas,
Cúmplices da nossa fogosa paixão



De: Luís da Mota Filipe


E CAI A NOITE

Poema Subliminar

(Susana Custódio)

Vestidas de pranto as faces, qual manto

De veludo azul doirado a

Luz fulgurante bailando nos olhos

Levantam-se então, como em prece

As nossas mãos na direcção das

Estrelas que nos velam do céu

Cúmplices nesta noite, do beijo

Da tua boca na minha, anunciando a

Nossa intimidade, tão

Fogosa tão intensa, tornada agora

Paixão colossal que lateja nos nossos corpos


Sintra - 29 de Abril de 2010
 

Susana Custódio

A PASTORINHA






A pastorinha




de Edson Gonçalves Ferreira


para Susana Custódio


Uma pastora que não conduz ovelhas, mas versos
Enche a minha vida e pastoreia meus sentimentos
E traz toda ventura para o existir do poeta que sou...

Uma pastora que não conduz cabras, mas versos
Enche de alegria a vida de quem a conhece
E traz toda a alegria para quem se encanta com ela...

Uma pastora que não conduz só versos, mas orquestra toda a Natureza
Encanta quem a conhece por ser luz
Porque só quem é luz se espalha assim
Sem direção, colocando tudo que existe em foco
Essa pastora é, com certeza, a predileta de Deus.


Brasil - Divinópolis, 15.02.2010

AS MINHAS MÃOS um poema de Manuel de Lima - Também na voz de Susana Custódio

AS MINHAS MÃOS


Nado, mas quase morto,
Minha mãe me pariu perfeito.
Observado ao pormenor,
Nem um só defeito.
Mas as mãos!...
As mãos…
Dir-se-ía que a verdadeira vocação
Foi o uso que lhes dei.
Ungidas que foram
Para ministério sagrado,
Fizeram gestos rituais,
E muitas coisas mais,
Que era mister fazer.
Uma nova missão tiveram,
Generosas, para levantar um caído,
Um afago de ternura
Selar uma descompostura,
Acariciar uma flor,
Ou um corpo de mulher…
A Deus agradeço estes dons,
Mas resta-me olhá-las
E recordar com saudade,
Quietas que ficaram,
O doce sabor de um segredo bem guardado,
Que outro nome não tem,
Se não o de um longínquo amor

1932 - 2008




MANUEL DE LIMA

Portugal - Barreiro, 14.09.1998



TAMBÉM PODE OUVIR DECLAMADO NA VOZ DE SUSANA CUSTÓDIO