(Sextilhas)
Ainda a tempo
Eugénio de Sá
Voltaste, fiquei feliz
que voltaste!
Deste-te agora razão à
razão que renegaste.
Voltaste, e a casa
ficou mais quente
E este velho
coração que um dia quase morreu
Voltou a bater mais
forte, de novo junto do teu
Sentindo que perdoar
premeia a alma da gente.
E depois, erros maiores
quem jura não cometer?
Mas sempre haverá
lugar ao direito a reviver
Sem prolongar, por
orgulho, dolorosas agonias
Afinal um olhar doce
afirma arrependimento
Se o cruzarmos com
amor mostrando entendimento
E a vida fica mais leve
sem estéreis teimosias.
Voltaste, ainda bem que
voltaste!
Voltou a vida aos
recantos desta casa que deixaste
E até as flores da
sacada voltaram a renascer
Felizes de ouvir-te a
voz e o teu riso estridente
Que os passos que se
deram não ecoem no presente
Nem se arrastem no
futuro que temos para viver.
Eugénio de Sá
Sintra - 15.Julho.2015