RESUMO DO LANÇAMENTO DO LIVRO
" GRADES DE PAPEL - Caxias 1975 Condomínio Fechado "
Editora VERSBRAVA de Jorge Castelo Branco
" GRADES DE PAPEL "
Caxias 1975 Condomínio Fechado
Autores: Coronel Joaquim Evónio de Vasconcelos
e
Coronel Manuel Amaro Bernardo
Autores: Coronel Joaquim Evónio de Vasconcelos
e
Coronel Manuel Amaro Bernardo
Coronel Joaquim Evónio de Vasconcelos
Coronel Manuel Amaro Bernardo
Realizou-se o passado da 17 de Abril o lançamento do livro “
GRADES DE PAPEL – Caxias 1975 Condomínio Fechado” da autoria dos Coronéis
Joaquim Evónio de Vasconcelos e Manuel Amaro Bernardo. A cerimónia teve lugar no
Salão Nobre do Palácio da Independência em Lisboa.
A obra tem Prefácio do Dr. José Verdasca, Presidente da Ordem Nacional de Escritores em S. Paulo, Brasil e Posfácio do Coronel “ comando “ Florindo Batista Morais.
A obra tem Prefácio do Dr. José Verdasca, Presidente da Ordem Nacional de Escritores em S. Paulo, Brasil e Posfácio do Coronel “ comando “ Florindo Batista Morais.
A apresentação foi confiada ao General Loureiro dos Santos, que se mostrou brilhante na sua longa e abrangente alocução, servindo-se de algumas passagens do livro para evocar episódios que se inscrevem na história recente do nosso país. Na oportunidade, o general Loureiro dos Santos, manifestamente emocionado, leu alguns poemas de Joaquim Evónio de Vasconcelos, constantes do livro para um vasto auditório que enchia por completo o Salão Nobre do Palácio da Independência.
Gonçalo de Oliveira – um dos muitos amigos de Joaquim Evónio, presentes – disse então, espontaneamente, dois poemas também integrantes do livro. E fê-lo com a experiente e entusiástica veemência de quem ama a poesia e admira a que é bem escrita.
Coube ao co-autor da obra em apreço, Coronel Manuel Amaro Bernardo, encerrar o acto, e fê-lo com a emoção própria da grande amizade que o ligava ao seu companheiro precocemente desaparecido, que substituíra para concluir a sua derradeira obra literária.
A vasta plateia ovacionou os oradores, e homenageou, com um longo aplauso, a saudosa memória do grande amigo, o homem justo, o companheiro leal, que foi também atleta, escritor poeta e militar distinto, Joaquim Evónio de Vasconcelos.
Lisboa, 17 de Julho de 2013Lisboa
Susana Custódio e Eugénio de Sá
À esquerda, Coronel Dr. Luís Villas-Boas, do Refúgio Aboim Ascensão/Faro e membro do Conselho Superior da Sociedade Histórica para a Independência de Portugal.
Ao centro, General Loureiro dos Santos
À direita, Coronel Manuel Amaro Bernardo
General Loureiro dos Santos
Coronel Manuel Amaro Bernardo
Outra foto da vasta platéia
Mestre H Mourato
Gonçalo de Oliveira lendo poemas integrantes do livro
Coronel Manuel Amaro Bernardo e Susana Custódio
Vídeo
HEROICA N'GOLA
poema e voz de Joaquim Evónio
Clique no centro para ver e ouvir
Lançamento
de livro “Grades de Papel "
Caxias 1975 – Condomínio Fechado
Por Cor. Manuel Bernardo
-Agradecimentos:
-Ao General Loureiro dos Santos, pelas amáveis palavras que me
dirigiu.
-À Editora VERSBRAVA, na pessoa do Jorge Castelo Branco, que apesar
dos actuais problemas editoriais, apostou neste livro, sendo uma das razões a
amizade antes existente com o Joaquim Vasconcelos.
- À Sociedade Histórica para a Independência de Portugal por, além de
outras razões, a disponibilidade na cedência deste magnífico salão.
-Ao Dr. José Verdasca, grande amigo do Joaquim Vasconcelos e
Presidente da Ordem Nacional de Escritores / S. Paulo, no Brasil, que convidei
para fazer o prefácio.
- Ao Coronel “Comando” Florindo Morais, que nos acompanhou, na
Academia Militar, em 1974-75, nas deambulações revolucionárias da altura e que
convidei para fazer o posfácio.
- Ao Mestre H Mourato, um grande pintor e que muito me apoiou neste
projecto; foi o autor da aguarelas dos autores pintadas nas badanas.
- Aos familiares e amigos de Joaquim Evónio de Vasconcelos…
- A todos os presentes que quiseram comparecer e também homenagear o
grande poeta, ensaísta, desportista, atleta e Militar que foi o co-autor deste
trabalho, falecido em 23 de Junho de 2012, Coronel Joaquim Evónio Rodrigues de
Vasconcelos.
Um esclarecimento prévio
sobre a maneira como surgiu este livro.
Eu tinha conhecimento dos
textos que o Joaquim Vasconcelos tinha deixado quando faleceu e que antes até
me tinha entregue, via net, para eu fazer o prefácio, como é habitual.
O seu projecto, existente e
quase concretizado em 2009, considerava que eu seria o autor do prefácio e o
posfácio, do investigador e também nosso amigo Luís Dantas. Entretanto este faleceu
e surgiu, a seguir, a doença que viria a vitimar o nosso amigo Joaquim
Vasconcelos.
No final do ano passado
depois da autorização da viúva do nosso amigo, Marília Ribeiro, resolvi avançar
com a tentativa de concretização da sua publicação.
Tal foi feito à semelhança do sucedido com o
nosso amigo comum, Coronel José Pais, fundador em 1976 do Serviço Nacional de
Protecção Civil, juntamente com o Vasconcelos. O José Pais antes de falecer
também me pedira que denunciasse a incrível ocorrência de fuzilamentos
clandestinos dos seus militares na Guiné e dos “Comandos” africanos, o que fiz,
em 2007, no livro “Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros; Guiné 1970-1980”,
também lançado neste Salão da SHIP e apresentado pelo General Ricardo Durão.
Sobre
este livro a agora apresentado, além das cerca de 60 páginas feitas pelo
Vasconcelos, em prosa e verso, procedi à compilação de outros textos seus;
muitos foram retirados da sua obra de estimação, o site literário “Varanda
das Estrelícias; Uma Ponte sobre os Oceanos”, que ainda hoje se
encontra no “ar”, na internet, por decisão da Marília e a pedido de muitos
amigos.
Retirei também a poesia
publicada num livro comemorativo dos cem anos de Garcia Lorca, por alguns
poetas, que, como observador, conheci na Tertúlia do Rio da Prata.
E resolvi acrescentar um ensaio sobre o 11
de Março de 1975 e mais dois casos concretos entre tantas injustiças praticadas
naquela conturbada época e em que se inclui naturalmente a prisão arbitrária e
escandalosa do Joaquim Vasconcelos.
São eles: A ocupação pelo
poder popular na área de Lisboa, da residência do então Major “Comando” António
Viçoso, o mais antigo dos 23 prisioneiros retidos havia meses, em Timor e que
tinha sido alferes da minha companhia no CISMI de Tavira, sendo eu apenas
Tenente; e a proposta de saneamento do então Major Manuel Bernardo, feita pelo
Conselho da Arma de Infantaria ao CEME, da altura, General graduado Carlos
Fabião e que, curiosamente, em Dezembro de 1974, me fora comunicada precisamente
pelo Joaquim Vasconcelos.
Sobre o conteúdo do livro,
os leitores farão a sua avaliação. Fico aguardando as críticas e análises que
queiram produzir.
Apenas desejo referir um aspecto
que me surpreendeu sobre o 11 de Março. Ao deambular lá por casa, como muitas
vezes acontece, à procura do livro de um investigador italiano que me tinha
contactado, em vez de o localizar, saltou à vista, numa prateleira, o livro do
jornalista José Pedro Castanheira, do “Expresso” e de Adelino Gomes do
“Público”, intitulado “Os Dias Loucos do PREC” e publicado
em 2006.
E logo a iniciar aparece nele
a versão do referido 11 de Março, em se encontra salientada a opinião de Vasco
Lourenço sobre esse acontecimento. Muitos conhecem a polémica existente, dele
comigo, desde aqueles tempos loucos do PREC. Mas o que desejo destacar é o
facto dele vir concordar com a minha versão, resultante da investigação feita e
publicada em 1999.
Eis o que é afirmado por
este oficial naquele livro, e passo a citar: “ A CIA e o KGB (a secreta
soviética) eram os únicos que tinham capacidade e interesse em difundir um
rumor desses (Matança da Páscoa, que atingiria 500 oficiais afectos a Spínola).
À distância de 30 anos, julgo que o mais provável é que tenha sido o KGB, que o
terá feito chegar a Spínola através das embaixadas da Alemanha, da Espanha e da
França. Enganado, ele embarcou e tentou o golpe”
Esta é também parte da
versão, como referi, salientada por mim sete anos antes e agora repescada neste
livro agora lançado.
Existe um outro aspecto no
presente trabalho, que igualmente descobri por mero acaso. No princípio deste
ano, encontrando casualmente o Coronel Palma Ramos, que conhecia dos meus
tempos da GNR, e falando sobre o Joaquim Vasconcelos, recordámos os tempos que foram
vividos em 1975 e a novidade de existir uma medalha comemorativa, cuja
fotografia me disponibilizou .
De facto, no 20.º
aniversário do 11 de Março, um grupo de oficiais, detidos na altura, mandou
fazer uma medalha comemorativa, onde registaram o título “Grades de Papel”,
lembrando e salientando assim a poesia do Joaquim Vasconcelos, que corria de
mão em mão em Caxias e agora incluída neste livro.
Quero ainda destacar uma
outra curiosidade.
Trata-se das tomadas de
posição, na altura, do António Graça, do nosso Curso de Infantaria, hoje com o
posto de major-general, e a minha. Ao termos conhecimento do sucedido, logo nos
disponibilizámos para irmos a Caxias saber os motivos da decisão e ver o que se
poderia fazer. O General Graça como elemento mais antigo do nosso Curso de
Infantaria, no Continente nesse ano, já se
tinha empenhado na denúncia, junto do General Fabião, do escândalo dos
saneamentos, após uma reunião do nosso curso
no Porto, cerca de três semanas antes do 11 de Março. Então qual não foi o
nosso espanto ao irmos encontrar o Joaquim Vasconcelos numa cela isolada, por
apenas ter dado a sua identidade, não responder às perguntas dos inquiridores e
exigir a presença de um advogado. O resto da história consta do livro agora
apresentado.
Antes de terminar esta minha
intervenção, não quero deixar de referir um grande poeta minhoto, o Dr. António
Manuel Couto Viana, que faleceu dois anos antes do Joaquim Vasconcelos e que
era amigo de nós os dois. Os nossos textos ao longo deste livro mostram isso.
Ele despedir-se-ia de Lisboa,
no Dia de Portugal de 2010, numa cerimónia na Igreja de Fátima, ali mesmo em
frente da Universidade Nova, na Av. de Berna. Na missa de corpo presente lá
compareceram os Professores Bigote Chorão e Artur Anselmo, os Coronéis (poetas)
Roberto Durão e Joaquim Evónio de Vasconcelos, a Alice Fergo e muitos outros
poetas, artistas e amigos.
Recordo este acontecimento
não apenas pela vergonhosa atitude da Assembleia da República em ter negado um
voto de pesar a este grande poeta, mas a propósito da publicação, no ano
passado, do livro “Memorial do Coração; Conversa a Quatro Mãos”, sobre Couto
Viana, da autoria do jornalista e escritor Ricardo de Saavedra, oriundo de
Moçambique. Neste trabalho, que é uma entrevista de cerca de 450 pp com o
poeta, e apesar de, a certa altura, destacar “quanto era salutar para si a
tertúlia do Rio da Prata, às 5.ªs feiras”, o seu autor não tenha feito alusão
às várias antologias publicadas em homenagem a outros destacados escritores, e
os ditos “Florilégios de Natal”, com uma capa da autoria de Couto Viana.
Estes escritos eram (e alguns ainda são) coordenados por um dos fundadores daquela
tertúlia, o Coronel João Repolho (com o nome literário de Julião Bernardes).
Nessa entrevista com Ricardo
de Saavedra, Couto Viana, depois de citar os nomes de Ulisses Duarte, Julião
Bernardes, Boto Semedo, Luís Graça, Paulo Brito e Abreu, Joaquim Evónio, Hélio
Proença e António Vera, afirma: “(…) Essas quintas-feiras eram-me
necessárias ao espírito, como o pão para a boca”. E o autor do livro,
nos agradecimentos finais, refere a falta de 27 pessoas que não contactou para
a realização da obra, relação essa que apresenta e inclui Roberto Durão,
Joaquim Evónio de Vasconcelos e Julião Bernardes.
Depois destes esclarecimentos seria a altura
de passar a palavra ao meu amigo e também camarada do Curso, Coronel Carlos
Gomes, que na altura do PREC desempenhava as funções de ajudante de campo do
Presidente da República, General Costa Gomes. Dada a impossibilidade de estar
presente, por motivos de saúde, vou tentar resumir o que me comunicara há poucas
semanas atrás.
O meu comandante em Boane/Moçambique
tinha sido o Coronel Frade Júnior, e que noutra altura fora igualmente do
Carlos Gomes. Então a esposa telefonou-lhe a seguir ao 11 de Março e disse que
o marido tinha sido preso.
O Carlos Gomes decidiu ir a
Caxias e disse ao Cmdt Xavier, então Cmdt da Prisão, que tinha havido um erro
na prisão do Coronel Frade Júnior e que
este devia ir embora com ele. E assim aconteceu.
Segundo o Carlos Gomes, na
altura não teve conhecimento da prisão do Joaquim Vasconcelos, em Caxias. De
facto este seu amigo e camarada de curso, juntamente com o T.Cor. Soares
Carneiro, tinha sido escoltado (pelo filho do Vitorino Nemésio) para o Presídio
de Santarém no dia 12, e apenas, dois dias depois, seriam transferidos para
Caxias.
E fico por aqui. Estes eram
os esclarecimentos e os “casos” que queria salientar.
Obrigado a todos.
Manuel Bernardo (Cor. Ref.)
17 –
04 – 2013
3 comentários:
Parabéns, minha querida Susana!
Seu blog entra na história com matéria tão importante...onde você também comparece com sua presença de poeta...
Finalizando com um vídeo onde o saudoso Joaquim Evónio declama o poema Heróica N´Gola ...
Parabéns! Excelente conteúdo!
Desejo-lhe um feliz fim de semana!
Beijos
Rita
Parabéns, minha querida Susana!
Seu blog entra na história com matéria tão importante...onde você também comparece com sua presença de poeta...
Finalizando com um vídeo onde o saudoso Joaquim Evónio declama o poema Heróica N´Gola ...
Parabéns! Excelente conteúdo!
Desejo-lhe um feliz fim de semana!
Beijos
Rita
Peço desculpa, mas escrevi erradamente o nome do prefaciador deste livro. Ele chama-se José e não António. Agradecia a correcção se possível.
Bjs
Ob
Manuel Bernardo
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