MENSAGENS DOS AMIGOS DE JOAQUIM EVÓNIO DE VASCONSELOS NO DIA DO SEU FALECIMENTO 23-06-2012

 JOAQUIM EVÓNIO DE VASCONCELOS

03-09-1938 - 23-6-2012

Morreu Joaquim Evónio
Morreu um grande amigo, um grande ser humano, um grande Poeta.
Ele foi um exemplo do que é ser um bom amigo, alguém que soube ouvir e nunca se eximiu a dar um bom conselho, a ajudar quem lhe pedia ajuda.
Criou e dinamizou a Varanda das Estrelícias, que ao longo do tempo da sua existência mostrou constituir um importante marco no panorama literário e poético da lusofonia na internet.
Era um entusiasta dos convívios poéticos, que bastas vezes promovia, um orador por excelência, e um poeta de primeiríssima água que amiudadamente mostrava a sua indignação, a sua revolta, face às agressões que o poder instituído movia aos seus mais débeis concidadãos. Quantas vezes lhe ouvimos levantar a voz e declamar os seus versos com a veemência de quem atira pedras aos autores das injustiças que dilaceram a sociedade.
Que Deus se apiede da alma deste homem culto, talentoso, solidário e humanista, e a acolha junte de Si.
Descansa em paz, querido amigo.


Pendeu-lhe a mão exausta e justiceira
Finda toda uma vida cujo empenho
Honrou e encantou o ser humano
Que com ele privou pla vida inteira


Eugénio de Sá

No dia da morte de Joaquim Evónio;

Sintra – Portugal – 23 de Junho de 2012






AO AMIGO POETA JOAQUIM EVÓNIO

Meu amigo, poeta inteiro
Homem de fortes convicções
Da liberdade caminheiro
Perene em todos os corações

As mãos de largos gestos
Agora para sempre em paz
Voz plena de manifestos
Poeta de excessos, vida audaz


Susana Custódio

Sintra – Portugal-23 Junho de 2012


Como um adeus ao grande homem e poeta que foi Joaquim Evónio.
como prova que o poeta não morre na mente dos admiradores poéticos...
Poeta ao caíres no precipício da eternidade, fica certo que tua veia poética fica con nosco; a morte pode levar tudo... menos a tua grande veia poética...

Adeus amigo

Evónio, homem poeta da igualdade
desejo ver teus microrganismos crescer
concelhos prudentes de sinceridade
vejo luz, magia poética de ti a nascer
não rezo; teu nome vivera na poesia
parte fertilizara a terra com o saber
poemas formaram cânticos de alegria
de ti humanidade tem onde aprender
amigos; viveras sempre entre poetas
chegaram à hora da calma; paz infinita
escrever correra mundo fora da gaveta
Evónio, deixaste obra poética muito bonita

Adeus amigo ate bem breve

Armando Sousa
Canadá






Estou no Rio de Janeiro, e respondendo via celular. Que triste noticia! Deus o tenha. Fiquem com Deus!
Eliane Couto Triska
Brasil 




A partida do poeta
Tarde triste, mas serena
O vento sopra leve
Entoando a canção
Que lembra com emoção
A partida do poeta.

Os pássaros se calaram,
As flores se abalaram,
As cores se apagaram...
O coração apertou,
A poesia entristeceu.

O poeta partiu...
Deixou parte da sua vida
Nas emoções que causou
Nas alegrias sentidas

Nas pessoas que amou.

O poeta não morreu,
Apenas partiu...
Na carruagem dos anjos
Passeia entre as estrelas
Derramando o seu brilho
Sobre aqueles que o amaram.

O poeta virou anjo,
O poeta ficou imortal,
Em sua Varanda, as Estrelícias se espalharão pelo mundo
Como canção de amor...
De amor profundo e total.

Vai com Deus amigo Evónio, até um dia...
Com carinho

Augusta Schimidt
Brasil - Campinas/23/6/2012





 MEU DEUS,
Estive com esse homem na Bienal de São Paulo! Abracei-o e entreguei-lhe diversos livros da antologia que editamos juntos com o Fernando Oliveira, que ele levou para Portugal para alguns irmãos dais !
Que tristeza, meu Deus!
Como foi isso?
Cheguei agora de Cabo Frio onde estive desde o dia 20, acompanhando obras na minha casa lá... e, agora, às 21 h e 51 m do Rio de Janeiro, dia 24 de Junho, deparo-me com esta mensagem...
Oh, amiga e irmã... estamos todos de luto!
O que dizer?
Mais sentir que dizer. Fica comigo, Evónio, o teu abraço ímpar, concreto.
Descansa em paz, irmão.
Obrigado, Susana.
Fique com Deus.

Luiz Poeta – Brasil



MESTRE JOAQUIM EVÓNEO IRÁ ESTAR SEMPRE PRESENTE ENTRE AQUELES QUE MUITO O ESTIMAVAM E AMAVAM-NO COMO UMA PESSOA GENEROSA, SÁBIO DAS PALAVRAS E AMANTE DA CULTURA. ALMA GRANDE SERÁ SEMPRE ETERNA....
UM BEIJINHO PARA EVÓNEO E PARA TODOS AQUELES QUE O ESTIMAVAM E CONTINUAM A ESTIMAR ATÉ SEMPRE (COMO VOCÊS AMIGOS)....

Maria do Céu Moura – Vila Nova de Gaia – Portugal


ATÉ JÁ, POETAS *

Quem não percebeu
Que sua vida viveu
Nem sempre feliz
Mas, decerto, como quis?
Muito se divertiu
Com o risco, a enganar
E a rir-se da morte!
Foi sua escolha, sua sorte.

Eis que decidiu, subir, trepar,
À sua Varanda, virada a norte,
Inspiração de seu verso e prosa,
Donde soltou uma estrondosa,
Irónica e bem sonora gargalhada,
Porque se divertiu, achou piada…

Não quis saber da desgraça,
Levantou bem alto sua taça,
Meio vazia, meio cheia,
Viu o jardim de suas delícias,
E, numa madrugada feia,
Contemplou suas estrelícias
E a todos nós brindou…

Com o fado, de novo, brincou,
Pediu que lhe tirassem um retrato,
(mas de colete e não de fato).
Na boca o eterno cigarro...
Disfarçou m tossicar de catarro,
E disse-nos: - Até já, poetas!
Não esperem por mim, não,
Amanhã acordo tarde,

Vou brincar o São João!
E num instante, de repente,
Decidiu partir, sorridente.

Oiço-o ao longe a cantar:
“Vida não é passatempo
Com que se possa brincar
Se deixas fugir o Tempo

Não mais o vais agarrar”.


*A Joaquim Evónio

24 Junho 2012-06-23

JOÃO COELHO DOS SANTOS – Lisboa – Portugal

 

 



Joaquim Evónio, você foi um lírio lindo que enfeitava o jardim do teu lar e dos amigos teus. Hoje passou a ser este mesmo lírio maravilhoso que enfeitarás o Jardim de DEUS junto aos demais poetas amigos nossos que LÁ já estão....E, que DEUS console os nossos coração.

Roza de Souza (Beijinha) – Brasil 




HONRA E RESPEITO

Ver meu nome escrito por um HOMEM ilustre
Em homenagem a outro que merece RESPEITO
Lembro aquele que estrelícias lançava do peito


Deixando escritos, que podem servir de balaústre

Virgílio Roque 24 – 06 – 2012 – Portugal
 



PESAR!

O Joaquim Evónio não conheci
Mas às homenagens me associo
Pelo que diz o Virgílio - agora li
Esse homem bom deixa um vazio.

Foi poeta? Então não choro aqui
Tal qual o vento em vivaz cicio
Ele viveu e partiu dando de si
Amor fraterno! Nele eu confio.


Lázaro Piunti
ITU – São Paulo – Brasil
(domingo, 24/6/12)





Os meus pesâmes, não tive a oportunidade de o conhecer, mas sempre ouvi falar muito bem dele.
Se puder agradecia que desse os meus pesâmes à família.
Obrigado

Cristina Bernardo - Sintra – Portugal





Mi más sentido pésame a Portugal y a su mundo intelectual por la pérdida de su querido y admirado poeta Joaquim Evónio Vasconcelos

Un afectuoso saludo, amigos
María Sánchez Fernández

Úbeda – Espanha





Nosso sincero pesar,
por todos os portugueses, com essa perda!
Que Deus o tenha! AMém!

Abraços fraternos.

VeraJarude – Brasil





 




O CEU ACOLHE UM POETA
A terra ficou mais pobre,
um poeta foi com sua pena e seu papel
fazer de suas poesias um canto,
canto de anjos saudosos
lá no céu, ele sorri!
nós aqui choramos de saudades
mas o novo canto do poeta
será eterno.


POETISA MENDUIÑA
 

RIO DE JANEIRO – Brasil



Querida Susana,

A poesia está de luto com o passamento do querido poeta Joaquim Evónio. Ele não morreu, apenas passou pela grande porta que dá acesso à imortalidade.
A todos os familiares e aos amigos, o meu abraço de solidariedade.

Celina Figueiredo
 

Belo Horizonte – Brasil


Meus sentimentos a todos os amigos e familiares.

Lílian Maial – Brasil


 



UM POETA QUANDO MORRE
 

Lílian Maial

Um poeta quando morre
É igual a qualquer um
Deixa dor, no peito escorre
Solidão, pranto e jejum.

Um poeta quando parte
Leva consigo um tesouro
Quem fica, amputado da arte
Guarda seus versos qual ouro.

Um poeta quando sonha
Que das nuvens faz morada

Não contava com a façanha
De deixar (órfãs) palavras.

Um poeta quando ama
E faz da vida seu livro
Da morte em si não reclama
Pois morria em verso vivo.


Lílian Maial – Brasil



Junto-me a Vós, na Comunhão mais intensa com o nosso Joaquim Evónio, definitivamente invisível aos nossos olhos.
E, por isso, mais PRESENTE e FECUNDO do que nunca. Ousemos estar à altura do seu Ser-Viver-sem-Ocaso.

Abraçado, Mário de Oliveira – Alto da Lixa – Portugal



De vez em quando os desígnios
divinos nos reservam estas surpresas
desagradáveis, pois o Evónio, além de ser uma
das figuras maiúsculas da literatura portuguesa, era,
também, uma pessoa de qualidades e virtudes excepcionais!
Abre-se, na cultura luso-brasileira uma lacuna
de difícil reposição. O que nos conforta é

saber que ninguém morre. Apenas
passamos de uma dimensão
para outra.

Abaixo segue minha homenagem
póstuma a ele.


QUANDO MORRE UM POETA

Na morte de um poeta eu sempre acho
que há algo que fere, mas também sublima:
e em pranto afoga aos que vivem cá em baixo,
abre sorrisos nos que estão lá em cima!


Humberto Rodrigues Neto – Brasil



JOAQUIM EVÓNIO – ACRÓSTICO

J az o seu sono espiritual
O nde tem o sabor sercial
A romatizado a malvasia
Q uilatando a melhor poesia
U m SER que pelo Mundo passou
I mprevisivelmente encantou
M ilhares...quando declamou


E vaporou-se em Camarate
V aliosa pérola de escaparate
O nde a Cultura se comoveu
N um olhar virado ao Céu
E tendo o amor como tema
O "VULTO" terminou o poema


24 – JUN – 12
 

(Zé Albano) - Celorico da Beira – Portugal

 
 






Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos - 1938 – 2012

Por Manuel Bernardo (Cor. ref)

Foi militar profissional, poeta, escritor e grande atleta. Era filho do jornalista e escritor madeirense Joaquim Mota de Vasconcelos.

Como combatente no ex-Ultramar Português, cumpriu três comissões por escala (imposição): uma em Angola, como subalterno (1961-1962) e duas na Guiné, em comando de companhias (1964-1966, e 1968); nesta última foi ferido gravemente em combate, sendo depois reformado como DFA.
Foi fundador do Serviço Nacional de Protecção Civil (Janeiro de 1976) onde foi Director de Serviço e Assessor Principal, tendo igualmente desempenhado as funções de Porta-Voz para a Comunicação Social (seis anos) e co-responsável da Revista de Protecção Civil (dez anos).
Seria condecorado com a Medalha de Prata de Serviços Distintos, com Palma (em combate); era comendador da Ordem Heráldica da Paz Universal (Brasil) e tinha a Medalha de Ouro Grau “Pacificador da ONU Sérgio Vieira de Melo”.
Pertencia, entre outras, à Associação Portuguesa de Escritores, Instituto Açoriano de Cultura, sócio honorário da Ordem Nacional dos Escritores do Brasil (ONE), Associação de Auditores dos Curso de Defesa Nacional, Associação dos Deficientes das Forças Armadas e Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica.
Colaborou com várias revistas de poesia portuguesas e brasileiras e antologias poéticas e não só…. Entre outros trabalhos publicou os contos “Sombra em Clave de Sol”, e o ensaio “Esboços Pessoanos” em co-autoria com Jorge Soares, que chegou à 5ª edição (em cinco línguas). Fez vários prefácios, recordando um para o livro de minha autoria (Marcello e Spínola – a Ruptura…) e outro para uma obra de Carlos Gueifão (Mata Couros …). Mas a sua “jóia da coroa” era o site literário “Varanda das Esterlícias; Uma ponte sobre o Atlântico”, que acolhia as obras de inúmeros poetas e ensaístas e que ia no oitavo ano da sua existência.

Quero salientar um texto de sua autoria postado neste site sobre o sucedido em Portugal, em 1975:
O mandado de captura fora assinado em branco pelo Comandante do Copcon. A acusação era grave: Forte suspeita dos crimes de coligação (eu, que não vou em grupos...) e insubordinação.
Local e data: Academia Militar (que falta de hospitalidade!...), onde era visita e treinador da equipa de rugby; 12 de Março de 1975.
Oficial captor: Comandante Nemésio, dos submarinos, única obra que não foi revista pelo Pai, coadjuvado por um persuasivo camarada de Arma, sobrevivo porque consegui evitar a “intifada” dum fiel fundamentalista meu “filho”, que à viva força queria fazer-lhe a folha...
Não era assim, ó Harffouche, se me ouves desse lado? E afinal em que ficamos? Era mesmo reaccionário, ou limitava-me a exercer, limito-me a exercer, a capacidade de incómodo do costume? Delito de opinião numa sociedade livre, liberta?
A verdade é que quando toda a gente ainda batia palmas ao MFA e buscava os parentes que no seu seio havia, lembrei-me de baixar à realidade e fazer a interpelação que se segue, felizmente publicada depois de a entregar ao amigo Manuel Bernardo.
Claro que as minhas interpelações em “PVT”, na Academia Militar, meu Clube conjuntural, não seriam também do maior agrado dos interpelados. E há sempre quem não goste de mostrar os pés de barro.
Em situação de crise aposto que a liberdade de expressão é a primeira a pagar imposto. É evidente que nada disto tem a ver com os dias de hoje, em que até os jornalistas se podem exprimir livremente...
Em relação a esta passagem de Joaquim Vasconcelos pelo Estabelecimento Prisional de Caxias, quero referir que havia alguns anos estava para publicar um livro com o título “Caxias 75 – Condomínio Fechado”, “exigindo” que eu lhe fizesse o respectivo prefácio. Entreguei-lhe um texto para esse efeito, em 2009 (o posfácio seria do Luís Dantas, entretanto falecido), do qual transcrevo:
Joaquim Vasconcelos, um dos oficiais mais classificados do meu Curso de Infantaria (1956-1960) e com uma preparação física acima da média, continua a ser uma “força da natureza”, característica pessoal que já o fez ultrapassar muitas situações complicadas, desde as duas comissões na Guiné (que terminaram com o rebentamento de uma mina), aos difíceis e esgotantes problemas familiares, e passando ainda por uma arbitrária detenção no Presídio de Caxias, na sequência do 11 de Março de 1975. (…)
Acompanhei as suas actividades desde Fevereiro de 1974, quando regressei da quarta comissão por escala (Moçambique) e me apresentei na Academia Militar, onde fui colocado nas funções de ajudante de campo do Comandante, General Amaro Romão.
Um pequeno parentesis para dizer que não conhecia este oficial general de lado nenhum e apenas fui indicado por ter um nome parecido com o seu. O facto é que sendo um dos dois capitães que na Escola de Aplicação Militar de Boane (a 30 Kms da então Lourenço Marques, hoje Maputo), que assinaram o pedido colectivo de demissão de oficial do Exército, dentro do processo contestatário do Movimento dos Capitães, acabaria por ver passar por mim três generais comandantes da Academia Militar (nos poucos meses que lá permaneci - antes do 16-3-1974, antes do 25-4-1974 e depois desta data, até Junho), quando anteriormente era o General Comandante que via “passar” os seus ajudantes para comissões consecutivas no Ultramar.
O Autor, com a sua voluntariedade e disponibilidade tinha assumido o encargo de treinar graciosamente a equipa de rugby da Academia. Daí manter-se ligado e contactar frequentemente os oficiais que lá prestavam serviço, como nesse início do ano de 1974, era também o caso dos Tenentes-Coronéis Amadeu Garcia dos Santos (Engenharia) e Correia de Campos (Cavalaria) e do Major de Artilharia Otelo Saraiva de Carvalho, estes dois últimos regressados da Guiné, no ano anterior.
Não vou continuar a elogiar ou falar mais sobre as suas virtudes militares, tal como a frontalidade e a lealdade, bem destacadas ao longo deste livro. Irei apenas abordar, de forma resumida, duas situações interessantes ocorridas com ele, e de que fui testemunha presencial ou reportei, por entrevista, os factos para livro já publicado.
Assim, apenas recordo o desencadear das movimentações do 16 de Março de 1974, quando, em Lisboa, os militares do Movimento estavam convencidos que vinham várias colunas do Norte do País. Tendo eu recebido um telefonema de Otelo (encontrava-se das bombas de gasolina à entrada de Lisboa), a pedir para irem ter a este local dois oficiais, para o ajudar naquela situação, dirigi-me ao Autor dizendo: “Quero que vás, com outro oficial, à Rotunda da Encarnação ter com o Otelo, pois ele precisa de apoio no local”.
A sua resposta clara e realista foi: “Não! Eu não embarco em comboios em andamento!”
O Joaquim Vasconcelos é assim mesmo. Apesar de ser um poeta com razoáveis trabalhos publicados neste meio cultural e no seu site, que já dura há cinco anos, tem igualmente uma faceta muito pragmática e bem visível nesta atitude tomada em cima do desenrolar dos acontecimentos.
Os dois oficiais que consegui convencer a deslocarem-se àquele local foram o Ten-Coronel Fisher Lopes Pires e o Major Nuno Bívar. Este último seria visto a tentar convencer o Major Vinhas, do BC 5, a não permanecer do lado governamental, pelo que seria transferido da Academia Militar. O primeiro, ficando resguardado no jeep, acabaria por ser um dos elementos do Posto de Comando da Pontinha no 25 de Abril e, mais tarde, após o 28 de Setembro, membro da Junta de Salvação Nacional, graduado em General.
Quanto à detenção do Autor feita no dia seguinte ao golpe de 11 de Março de 1975, acabaria por ser mais gravosa do que para a generalidade dos restantes camaradas, pois que seria mantido em rigoroso isolamento devido à posição tomada: “Não presto declarações já que, nos termos da Lei tenho direito a um advogado, o que até agora ninguém me garantiu. Assim, como «prisioneiro de guerra» apenas digo o meu nome e número de identificação militar.”
Foi nesta situação de isolamento numa cela, que eu e o Rodrigues Graça (hoje Major General reformado) o fomos encontrar, aquando de uma visita que nos foi facultada, com vista a convencê-lo a ser “mais colaborante”. No final da conversa apenas me disse que iria prestar declarações se eu descobrisse quem tinha sido o oficial que o denunciara em relação às suas “andanças” no dia 11 de Março.
Grande parte do sucedido nesta época encontra-se numa entrevista que me deu para o meu livro “Equívocos e Realidades; Portugal 1974-1975” (1999), mais tarde noutra versão revista e actualizada com o título “Memórias da Revolução; Portugal 1974-1975” (2004). Recordo que ele fora preso na Academia Militar juntamente com o então Coronel Soares Carneiro, que desempenhava as funções de Comandante do Corpo de Alunos. Este oficial seria, mais tarde, candidato à Presidência da República e, depois, Chefe do EMGFA. (…)
Apesar de no início de 1975 já me encontrar colocado no então Batalhão de Comandos, de Jaime Neves, na Amadora, a fazer a liquidação do extinto Regimento de Infantaria N.º 1, lá deambulei pela Academia Militar (Gomes Freire), interrogando vários oficiais com vista a tentar descobrir quem o denunciara. O resultado dessas diligências acabou por ser frutuoso, pois cheguei à conclusão ter sido um capitão de Artilharia que, no Comando da PSP de Lisboa, vira o Autor a falar com o Major Casanova Ferreira. Este oficial acedera ao pedido da Academia Militar, através do Joaquim Vasconcelos, para mandar para lá uma viatura com rádio, com a finalidade de manter comunicações entre os dois locais. E, no dia seguinte, no meio de umas folhas e apontamentos de “rugby”, sua mulher fez-lhe chegar esta minha informação.(…)
E termino estas recordações da última revolução portuguesa do século XX, salientando o “grito de guerra”, de uma organização inventada por Joaquim Vasconcelos, para deleite dos presos e preocupação dos carcereiros mais fanáticos: “KATAI!!!!!; a traição paga-se com a morte”. Curiosamente, no último Dia de Portugal (2009), estivemos, em Alcântara, a comemorar a promoção de Jaime Neves a General e, ocasionalmente, surgiu para se sentar na nossa mesa um outro “operacional” do 11 de Março, o J. A. Carvalho Branco, primo de minha mulher. Perguntei-lhe se se lembrava do Autor. Olhando para as suas barbas não o reconheceu; no entanto quando lhe falei no KATAI, logo se abraçaram efusivamente, recordando o tal grito de guerra, que ele, no seu isolamento, e para manter o moral dos militares detidos, lançava pelas janelas gradeadas e era ouvido por muitos outros presos…
As minhas sentidas condolências à família enlutada. Finalizo este já longo texto com a frase que o meu camarada e amigo Valdemar Clemente ultimou o seu email sobre o falecimento do nosso amigo Joaquim Vasconcelos:
Que a paz seja concedida à sua alma, já que o mérito humano, moral e intelectual mais do que o justificam.

Carnaxide – Portugal – 23-06-2012



DEBIO LLEVARSE LA SATISFACCION DE HABER VIVIDO COMO QUISO

Se ha ido por las márgenes del río
en el gozo de su vida que encauzado
permaneció en su flujo desbordado
Y solo estrechó la muerte por sombrío

La libertad que en instantes ensombrece
aunque enseñe con sus fauces el límite
abraza, arrastra y no hay quien la evite
la muerte que al vivo le empobrece

Tantas cosas que a tu lado percibiera
tu gente que resaltas como compañía
si es que puede decirse que viviría
Esos seres que solo miran hacia fuera

Que Dios le de el descanso eterno
como no eterno es quien se aferra
a los excesos vanales de la tierra
Y a vivir sin leyes y sin su gobierno


Victória Lucia Aristizabal

Bogotá - Colombia - 24 de Junho de 2012








POETA QUE NO ESTAS

Victoria Lucía Aristizábal

Poeta que no estas, que ya has partido
Dejando en la amistad tus emociones
Transmutas en recuerdos ilusiones
Que en versos le escribieras al olvido

El cielo en la virtud te ha traducido
Tus poemas en sin fin de variaciones
El ímpetu de hacer las comuniones
En honda reflexión se han convertido

Escrito quedará cómo has vivido
Testimonio de encuentros en poesía
Impulso motivante el que ha cumplido
Tu espíritu que trasciende a la elegía

En suspenso la amistad, la fantasía
La Espiritual reflexión con su despido

Bogotá Colombia

Junio 27 de 2012





Me apenó mucho el fallecimiento de Joaquim Evonio. El próximo domingo voy a hacerle un humilde homenaje en Calidoscopio, pasando algunos poemas en su voz y música de Madeira.

Te mando mis condolencias y un abrazo enorme. 
Un cariño de mi madre y de mi hijo Francisco.


Muchas bendiciones para vos.


Ana Garrido – Programa de Rádio Calidoscópio
http://www.raices885.com.ar
 
Buenos Aires – Argentina



Foi com grande consternação e maior tristeza que li esta notícia.
Fui uma grande amiga do Joaquim Evónio e uma assídua colaboradora da varanda das Estrelícias.
Os meus mais ardentes e sinceros pêsames à família e a todos os poetas de quem ele fazia parte.

Um abraço para si da

Donzilia Martins – Lisboa – Portugal




Os meus sinceros sentimentos!
A poesia ficaram mais pobre.
Infelizmente só hoje vim à net e li a notícia. Uma grande perda.
Deus o receba no seu jardim de Paz.

Peço-lhe o favor de enviar os meus pêsames à família do grande poeta Joaquim Evónio.

Beijinho amigo e muito obrigada por me avisar.

Sempre amiga

Teresa Gonçalves – Portugal




Amigos,

É com profundo pesar que apresento minhas condolências pelo prematuro passamento do amigo Joaquim Evónio. Certamente, ele dará continuidade à poesia para quer que vá.
Abraços pesarosos,

Anete Ferreira – Brasil





Perdemos um grande vulto da cultura portuguesa, falava com grande eloquência de toda a sua sabedoria, daquela que a vida lhe ensinou e facultou. Tinha um intelecto muito rico. Tornou mais rica a Poesia, com os seus poemas. Deixou a todos os portugueses um legado que outros devem continuar. Um poeta nunca morre quando se é tão criativo. Partiu para outra dimensão. Espera lá por nós, só nos leva a dianteira. Tenho muita dificuldade em aceitar, mas a vida é mesmo assim. Eu sabia que ele se encontrava muito mal, que pena que não se tenha cuidado mais, na sua própria saúde, pois eu via que ele fumava e bebia, o que o deve ter prejudicado muito! Que pena ter partido tão cedo! Sempre me faltam as palavras quando acontece um desenlace deste tipo. Para vós um afectuoso abraço,

Virgínia Branco – Lisboa Portugal



AMIGOS DE PORTUGAL.

Foi com profunda emoção que recebi a notícia da morte do nosso querido poeta, JOAQUIM EVÓNIO.
Envio aos familiares e amigos do site Varanda das Estrelícias minha solidariedade e sentidas lágrimas por tão infausto acontecimento.
Percebi há algum tempo seus tão apreciados mails não estavam vindo e temi que se encontrasse doente, mas, esperei que tudo normalizasse. Infelizmente aconteceu o pior.
Espero que o povo português preserve a obra de Evónio e que o Varanda das Estrelícias continue, em homenagem a tão grande poeta e amigo dos povos da língua lusófona. Ele merece este carinho.
Com as minhas orações e lágrimas espero que ele esteja em paz no reino de Deus.


Um grande abraço a todos

Teresinha M. Canini Avila ( Tenini)- Brasil





Meus sentimentos! Sei que a literatura está órfã com a partida do Poeta e Escritor Joaquim Evónio. Que Deus o receba de braços abertos no reino celestial!
Sds.

Silvanio Alves – Divinópolis – Brasil




É com grande pesar que me associo a este momento triste da partida do Poeta Joaquim Evónio.

Filipa Duarte – Portugal




Tributo ao Poeta Joaquim Evónio

A Palavra em si,
é eterna, imortal...
Vai-se o homem,
elemento carnal,
em cujas poesias,
trazia alegrias,
descrevia a dor,
exaltava o amor...

Cessa o tempo dele entre nós,
privando-nos do convívio,
mas não ficamos sós...
Tendo ele alcançado alívio,
de possíveis dores sentidas,
e nas suas escritas, vertidas...

Não! O Poeta, não está morto!
Está atracando em outro porto,
deixando-nos porém a falar-nos,
Seus versos puros a consolar-nos...

* * * * *

Somos gratos, por tantas belas lavras que Joaquim Evónio nos legou!
Repouse tua alma, em Paz na Luz de quem te criou, e hoje te levou!

Lauro Kisielewicz
Brasil = 23/06/2012





 


Minha querida!

Sentidos pêsames! um Homem Fantástico!
Paz à sua alma!

Elvira:) - Braga – Portugal




AVSPE está enlutada 

Nossa homenagem ao escritor JOAQUIM EVÓNIO

Falar um pouco deste grande Escritor Joaquim Evónio, que hoje não se encontra ao nosso lado aqui na terra.
Já há alguns anos o conhecia aqui na NET,onde fazia e faz parte de nossa AVSPE.
E deixo o LINK dele em nossa AVSPE

http://www.avspe.eti.br/poetas1/joaquim.htm
Faço questão que você se puder coloque em seu Blog o Link e o selo com seu nome. Pois ele sentia muito orgulho de fazer parte. Como eu em estar sempre presente na sua Varanda de Estrelícias.
É difícil aceitar a perda de uma pessoa cheia de Luz!
Com admiração e respeito.

Efigênia Coutinho

Balneário Combóriu – Brasil 




Mais que um poeta

De Edson Gonçalves Ferreira
Para Joaquim Evônio
Portugal não é mais o mesmo
Já perdeu de Camões a Pessoa e, hoje, perde Joaquim Evónio
Invoco os tágides para que cantem
Árias lindas para tanger os corações amarguradas
Ainda escuto a voz do poeta a proclamar poemas
A generosidade dos seus atos consagrados em palavras
Representando a casa portuguesa, com certeza
Sempre o pão e o vinho sobre a mesa

Onde, a gente, humildemente, senta-se com outras gentes
E comunga a multiplicação do eu que Evónio, o homem e o poeta, sabia fazer
Meus olhos choram e molham a terra onde canta o sabiá
E como pardal pio cá
Triste, muito triste, perdi um pai literário
Perdemos um amigo fantástico
Portugal perdeu um dos seus grandes poetas
Chorai, tágides, chorai!


Divinópolis, Brasil




Distinta amiga Susana,

Brutalmente chocado com a notícia que me apanha completamente de surpresa, e não sabendo a quem mais devo manifestar o meu pesar, a minha amargura e a grande admiração pelo homem e pelo poeta que não tive o privilégio de conhecer, permita-me que enderece a si este meu manifesto de dor.

(Henrique Pedro) – Portugal





 



É COM PROFUNDA TRISTEZA E AINDA TOMADA POR GRANDE EMOÇÃO
QUE ACABO DE SER COMUNICADA DO
FALECIMENTO EM PORTUGAL, DO QUERIDO AMIGO POETA, ESCRITOR, PENSADOR E INCESSANTE AGREGADOR
DE NOSSA LUSOFONIA,
JOAQUIM EVÓNIO
DESCANSE EM PAZ AMIGO !

MARIA LUIZA BONINI

SÃO PAULO/BRASIL

HOJE, AS ESTRELÍCIAS CHORAM EM SUA VARANDA.

São Paulo/Brasil

23/Junho/ 2012





Descansa em paz,

Maria Elena Sancho – Prograna " Poesia Y Algo Más "

www.radioarinfo.com.ar

Buenos Aires – Argentina




NOTA DE FALECIMENTO

Faleceu hoje em Lisboa, o militar, poeta, escritor, ginasta e desportista coronel reformado
JOAQUIM EVÓNIO RODRIGUES DE VASCONCELOS; meu grande amigo ecompanheiro, era director do núcleo da Ordem Nacional de Escritores em Portugal, para o qual muito trabalhou, enriquecendo-o com expressivos nomes de poetas, artistas eescritores locais.
Grande cultor da língua, exigente consigo e com os outros, combatente e deficiente da Guerra de Guerrilhas das antigas províncias Ultramarinas Portuguesas, o Coronel Vasconcelos era, acima de tudo, um HOMEM de grande carácter, amigo do seu amigo, Humanista, no verdadeiro conceito da palavra, mas até certo ponto de trato difícil consequência da sua forte personalidade, convicções inabaláveis e da não sujeição a interesses alheios aos seus ideais.

Era o que se pode dizer o protótipo do homem politicamente incorrecto, critico, objectivo e por vezes mordaz, atributos que o levaram a ser “hospede” de Caxias, quando o malfadado PREC. Após o 11 de Março, em Portugal, enveredou-se pelo caminho da violência, da arbitrariedade e da supressão das liberdades de que o defunto foi uma das vítimas. Daí ter ficado incomunicável alguns meses no Forte de Caxias sem acusação nem culpa formada ou qualquer motivo ou razão que o justificassem. Em Caxias produziu alguns escritos de elevado nível ignorados na generalidade como soe acontecer em casos semelhantes.
Filho de renomado jornalista e escritor Madeirense, Joaquim do Espírito Santo Mota de Vasconcelos, assinando muito dos seus artigos com o pseudónimo de “Chazinho”, dele herdou o talento e a independência, e – consequentemente – até certo ponto o ostracismo, com que os medíocres costumam castigar os talentosos. Esta faceta como muito bem se compreende, retirava-lhe a popularidade fácil se bem que lhe cimentasse o prestígio dos doutos.
Homem de rara sensibilidade e acentuada fraternidade, jamais deixava de socorrer amigos e conhecidos que recorriam à sua generosidade. Profundo conhecedor do nosso vernáculo era um impecável revisor de provas de poesia e literatura em geral. Em suma um verdadeiro intelectual um talentoso artista da poética, um genial prosador e acima de tudo um grande “Diseur”, pois quando o Evónio se levantava para declamar a plateia ouvia-o em respeitoso silêncio, interessada e embevecida.

É este o homem que vamos acompanhar à última morada, cientes e conscientes da muita falta que a todos nós faz, pois pessoas deste nível são cada vez mais raras entre nós. Que descanse em paz.


José Verdasca
 

Lisboa – Portugal, 23 Junho de 2012

 

 



Nosso amigo Evónio

Tão amante da vida
Que esquecia de dormir
Sua poesia faz sorrir
Sua vida incontida

Morreu, deixou sua obra
Para alegrar nossos corações
O doce e o amargo em canções
Tem sabores de sobra.


Malubarni
 

Vila Nova de Gaia - Portugal




TEJO À NOITE JOAQUIM EVÓNIO FORMATAÇÃO RITA ROCHA
Para ver basta clicar no link

http://youtu.be/Ov5qYoeiiv4

Rita de Cássia – Brasil



Agradeço lhe a amabilidade em me ter posto ao corrente da morte deste amigo poeta o inesquecível e irreverente Joaquim Evónio, tocou-me bastante

Liliana Josué

Lisboa Portugal




Meus sinceros sentimentos. 

Às vezes, um amigo faz mais falta que muitos familiares...
Mas poeta é um ser diferente e, com certeza, no plano espiritual já há um lugar especal aguardando sua chegada.
À nós que ficamos, resta a saudade e boas lembranças.

Abçs, respeitosamente, Fernando...

Fernando Alberto Salinas Couto – Brasil



Joaquim agora é um trabalhador de luz.
Sua poesia se esparramará para o cosmo e todas as galáxias.
É um ser Crístico, livre da ilusão terrena.
A Saudade é o vínculo que existe entre ele e seus amigos,
esse vínculo uma vez formado permanecerá por toda a eternidade.


Beijinhos
Sônia Ortega
 

Japão


Meus sentimentos profundos de pesar.
Sei o que é perder um grande amigo.
Que descanse em paz Joaquim Evónio


MARLEI ALVARENGA ( ANGÉLICA BRIO )

Brasil


  


Joaquim Evónio levará as nossas lágrimas e nossa eterna saudade. Sinto muito!

Edna Oliveira de Sant'ana
Brasil





MUITO TRISTE COM A NOTÍCIA RECEBIDA. EU LAMENTO A PARTIDA PREMATURA DESSA PESSOA INCRÍVEL QUE É JOAQUIM EVONIO; DIGO É, PORQUE SERES ILUMINADOS, POETAS, PESSOAS COMO ELE NÃO MORREM, MUDAM DE LUGAR E CONTINUAM ONDE ESTIVEREM A CANTAR , POETAR, AMAR E ENCANTAR . pERDEMOS NÓS, QUE DEIXAMOS DE CONTAR COM ESSE SEMEADOR DE BELEZA, ALEGRIA E ARTE. mEUS SENTIMENTOS À FAMÍLIA E ATODS AQUELES QUE APRENDERAM A RESPEITÁ-LO E AMÁ-LO PELA SUA GRANDEZA. vOU SER SEMPRE AGRADECIDA À ELE, PELO CARINHO COM QUE RECEBEU MINHA POESIA NO SEU ESPAÇO SEMPRE ABERTO DA SUA VARANDA DAS ESTRELÍCIAS.

MARIA CLAUDETTE GRAZZIOTIN
Brasil




Faleceu hoje o poeta e grande amigo
JOAQUIM EVÓNIO

É com profunda amargura
que hoje dizemos adeus a este peculiar amigo
e grande expoente da poesia
que tocou na alma de muitos de nós
e a quem com consternação e pesar
dedico esta singela póstuma homenagem:


HOJE MORREU UM POETA

Hoje morreu um poeta
Está de luto a poesia
Emudeceu a caneta
E a mão que a escrevia.

Quanta dor deixaste em nós
P’la partida prematura
Ficámos hoje mais sós
Numa profunda amargura.

Neste adeus de despedida
É grande a nossa emoção
Tão cedo roubado à vida
Sem sentido e sem razão.

Adeus poeta...Partiste
P’ra etérea eternidade
Ficou a poesia triste
Nos amigos a saudade !...


Euclides Cavaco

Portugal & Canadá – 23 de Junho de 2012





Merece todas nossas homenagens.
Muito emocionada, sinto muito mesmo.
Levará seus versos e flores para o céu.


Ligi@Tomarchio®
Brasil





Enquanto lamentamos sua perda, nos céus hoje haverá declamações especiais.

Ervin Figueiredo
Brasil





Nossos sentimentos a família enlutada.
Abraços literários

Socorro Lima Dantas
Brasil





Adeus

Saltam lágrimas de desespero
No palco duma vida
Insólita talvez ingrata
Minha alma estremeceu

Joaquim Evónio
Velho amigo
Deixaste-nos para sempre
Em descanso ficarás

Mas a minha tristeza
Perde-se nos confins
De um coração despedaçado
Para uma nova solidão

Adeus poeta
Minhas lágrimas pesadas
Ressoam no pesadelo
Na minha tristeza..


Pedro Valdoy

Lisboa – Portugal – 23 de Junho 2012





PARA TI EVÓNIO

Ficou no peito esta dor
De saber que tu partiste
Ficou no peito esta dor
Porque de mim… não te despediste
Não vou jamais esquecer
O amigo que tu foste
Com teus poemas de amor
Que tanto nos alegrou
Irá ficar permanente
No meu pobre coração
Tudo aquilo que ele poetou
O poeta nunca morre
Ele vive Dentro de nós
Com palavras nos socorre
Dando a seus poemas voz
Ao poeta e amigo
De nome Joaquim Evónio
Estas palavra eu lhe dedico
Escritas com muito amor

Mas o seu sentir é de dor
Amigo até um dia
Quando de novo te encontrar
Onde iremos comentar
Tudo aquilo que ficou
Sem se poder acabar


23/06/2012
Edyth Teles de Meneses

Benfica – Portugal





Ao Joaquim Evónio
meu amigo e poeta universal


disseram-me e não quis crer
que não mais estás na terra…

como partirias sem ao menos dizer
Adeus!… sem dizer outro poema
permitires que a tua teima

e vencesse…não quero crer!

mas há no meu coração
uma dor tão funda, que me dilacera
nos meus olhos, rios de sal
- embora não acredite

meu amigo, que partiste

tanto bem espalhaste
tanto bem fizeste
tanto riste e brincaste
que aonde quer que estejas
fizeste decerto um céu

e trocas piadas com Deus.


3 de Setembro de 1938 - 23 de Junho de 2012

Maria Petronilho

Almada - Portugal - 23 Junho de 2012

  





J ovem de uma só cara
O usaste a Vida e brincaste nela
A mando uma causa universal e rara
Q ueimando a LUZ que era mais forte que Ela.
U sem h ou com H, sempre Humano serias, U nindo a “raiva” e a beleza que sentias.
I deias que sonhavas em Poemas convertias
M
ais altos que tu próprio, e nem sequer sabias!



E ras tu e eras todos … mas de diversos modos.
V igilante e sereno, cultivaste a ironia,
O usadia, coerência e rebeldia… com grandeza e humildade.
N obre com a “panache” de um Cavaleiro de uma Ordem: Verdade
I nvestiste e amaste tua Pátria e Povo…
O nde e quando te verei de novo?



E eis a conclusão final (ou talvez não…)
 

Não querias saber de Fé, de Deus ou de Religiões. Assim o dizias e pensavas, mas Sentias? (eu creio que não) … Terias, sem dúvida, fortes razões (eu sabia-as…). Este mundo é hipócrita, perverso reles e cruel. Mas sabes meu Irmão? Numa coisa creio firmemente (Tu o sabes agora, melhor do que eu, pois estás com ELE eternamente). Por vezes quanto mais a gente contra ELE blasfema, o injuria e o quer esquecer, mais ELE nos conhece, nos escolhe e nos quer. Se d´ELE DESISTISTE JAMAIS ELE DESISTIRÁ DE TI. Deste teu amigo e irmão um abraço eterno, hoje e sempre Robd.
Para ti e todos os teus e os muitos que amaste pela vida fora

Roberto Durão

Por ti responderei a esta “Malta (de poetas e trovadores): Vai, Katai! … Fazes cá falta!

Mas isso é outra história… pois a Vida é Caminho e Memórias

Roberto Durão





 

Lisboa – Portugal – 27 de Junho de 2012





São palavras tuas poeta Evónio!
No poema a “Noite e a Manhã” pode ler-se, numa das ultimas estrofes:
Quando apareceu o primeiro raio de sol, estilhaçou o espelho embaciado que projetava a escuridão dentro de mim.
Procurei as asas para ensaiar o vôo matinal. Não as encontrei.
Finalmente encontraste as insignes asas, que se encontravam perdidas nas fimbrias do tempo e voaste; És agora uma luz merecedora de todas as estrelas pelo que nos deixaste para enobrecer o nosso espírito; Enquanto procurarmos as nossas próprias asas, para nos guindarmos novamente à tua companhia, caso tenhamos para tal o devido merecimento.
Enquanto isso, as tuas obras que nos transmitem a coragem de soltar o grito de revolta contra os carcereiros de hoje e de ontem, que maldosamente nos isolam do mundo, corajosamente rompido com o teu grito de guerra... KATAI! KATAI! (Grito solto através do ferro duro das grades da prisão.) Grito que dava alento aos outros prisioneiros, já fraquejando perante as sevicias de um injusto cativeiro. Tuas obras atingiram o solstício da verve, mas continuam a iluminar como um sol que nos dá o caminho da vida e da glorificação da pátria, exemplo para “quem se serve e não serve”... Obrigado poeta Joaquim Evónio.

Katai



Teu grito de guerra contra a maldade,
demonstrou a força de um poeta.
Sem vacilar, lutas pela verdade;
Que veloz fere como uma seta.

Exemplo da tua vida é gloria.
“Não vais para comboios em andamento”;
Nem mascaras com maldade a vitória,
mesmo que a luta te dê sofrimento.

Na poesia soubeste expressar,
quanto amor esse peito suportava
e a rebeldia... de quem sabe amar.

Serás exemplo, que se precisava;
Bondade dos fortes... querias dar,
 e a lealdade de eleitos... nos dava.


Este simples soneto to dedico, com a necessidade que tenho de relembrar os parcos momentos em que falamos da vida, da poesia e nossa escrita, que me incitavas a continuar, continuei amigo... A tua colaboração neste soneto, pois és tu camarada e poeta que pretendo nele.... Obrigado poeta Joaquim Evónio!


: “KATAI!!!!!; a traição paga-se com a morte”. O espírito guerreiro que em ti fervilhava, fazia-te um bom condutor de homens e a rebeldia personificada, perante as ordens sem nexo que abundam em qualquer exército, mas que há que cumprir. Sofreste a ignomínia das grades usurpadoras da liberdade, mas não foste por onde a tua hombridade tu não permitia. És assim um exemplo, que este país tanto precisa de coragem frontalidade e bondade, que os teus comandados bem sentiram. Por tudo que foste e nos deixaste... Obrigado poeta e guerreiro Joaquim Evónio!

António Ferreira  (António Zumaia)

Lisboa - Brasil









QUERIDOS AMIGOS,


Deixo aqui o texto com o qual o JE abriu a VARANDA DAS ESTRELICIAS

joaquim evónio
Varanda das Estrelícias







e de repente, estou no Curral das Freiras, vulcão dos meus amores extintos..

9 de Dezembro de 2003



A tarde caíra dolente.
O Outono impregnara o chão de folhas cansadas, atapetando com marulhos de seda e crepe o andar dos que por ali passavam.
Como habitualmente, sentara-me à varanda.
Era a minha orada, onde reflectia sobre os bens e males do mundo.
Nesse crepúsculo ocioso, olhei o mar.
Por que será que as ondas sempre me despertam ecos de saudade e aventura?
Por que me fazem sonhar mundos que nunca vi?
Não gosto de viajar mas, deste miradouro eleito, vejo e oiço tudo o que se passa no circo da vida.

Comecei por sentir o intenso olor a maresia. Depois, a ouvir a levadia a lavrar calhaus roliços com a violência das fragas: era a Barreirinha, o Toco, a praia de Santa Maria a bordejar o campo de Almirante Reis...

Estava onde sempre queria ter ficado, naquele lar que me acolheu tantos anos, os melhores de sempre, até me enviar para os dilemas do Continente e de África.
À minha volta, as estrelícias, polinizadas por mim próprio, frutos duma intervenção antropomórfica que as abelhas não sabem fazer, diferentes que são dos homólogos passaritos da África do Sul...

Medito no status da Estrelicia Regina, tão nobre que a Rainha Vitória lhe emprestou o seu nome.

Tal pássaro agressivo e belo, também olha o mar.

A haste lilás aponta longe, olhar e traço de navegador sobre o Atlântico.

É fácil bolinar por todas as nossas ilhas, sem as quais o país nunca seria o que é.

Haverá alguma dúvida de que Portugal pudesse sobreviver sem manter o triângulo estratégico e arquipelágico?
Cheguei agora ao Corvo, onde, segundo sempre me constou, as casas não precisavam de chave... Entre quem é...
Passei pelas Desertas dos lobos do mar e fui ver as cagarras às Selvagens...Lembrei-me das milhas quadradas de mar que estas ilhas acrescentaram à nossa ZEE...

Amarei na Terceira, invicta cidade, mirei o Monte Brasil, dominando a Angra, provei os filetes de abrótea e a alcatra antes de visitar as riquezas arquitectónicas e obras artísticas que ali se guardam, quase de portas abertas...

Também visitei a cela onde D. Afonso VI deixou as marcas indeléveis dos seus pés...

De repente, estou no Curral das Freiras, vulcão dos meus amores extintos.

Não me esqueço de voltar a escalar o Pico Ruivo pela Fajã da Nogueira...

Desço à cidade, vou requisitar mais um livro à Biblioteca Utile Dulce, no Largo do Colégio, mesmo junto ao grande museu das famosas antiguidades.

Volto a S. Miguel, fico negro com os eflúvios das Furnas e admiro a paisagem do Pico do Ferro...

Choro com o deslizamento de terras na Ribeira Quente...

Vou à Terceira em Janeiro de 1980, quando o terramoto visita a ilha.

Estou no Faial durante a erupção de 1957 e o sismo de 1998...

No fim de tudo, é de novo o mar grosso da Travessa. Estou no Porto Santo que Max imortalizou.
Assisti ao seu funeral, no Algueirão.

E também ao do Madeirense, em que viajei - sem acomodação, como era uso dizer se - ali mesmo perante os nossos olhos...
E mais, e mais...

Quando dei por mim, a mais jovem estrelícia da época tinha arrebitado as orelhas alaranjadas e apontava lilás para o infinito...

Era nem mais nem menos que um braço à descoberta do além, apontava um destino e um desígnio.

Tocou o Brasil, ancorou na Baía-de-todos-os-Santos, onde Jorge Amado me levou a visitar as igrejas dum ano inteiro e me apresentou ao balangandã de navios esclavagistas. Chamaram-me Ogum e gostei.

Descansei depois junto aos Candangos, especialmente os do Nordeste, e sonhei Vinícius e Jobim na sinfonia de 1961.

Com Niemeyer, fui construtor de sinagogas, mesquitas e catedrais.

Deslizei pelo Lombrigão, a caminho de Santos e, por fim, adormeci lá em cima, no Corcovado, junto ao Senhor de braços abertos para receber a luz e o gramado em estranha mistura, filtrados pela poalha do anoitecer.
Ao despertar da meditação, optei pela quimera:

A Varanda das Estrelícias, por mais que exista junto ao pulmão da mata de Benfica, será sempre um cais de partida e de chegada, fonte de alegria e esperança, braço de mar em revolução, uma ponte sobre o Atlântico!


JE
 





Sintra - Portugal - 23 de Setembro 2012

























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